Aprenda hoje: Amor não é apego

A dor silenciosa das repetições amorosas - A busca pelo amor que não chega

Prece que amor virou artigo de luxo, onde poucos conseguem viver algo verdadeiro, genuíno e duradouro.

Você já se pegou perguntando:
“Por que sempre escolho a pessoa errada?”
“Por que, mesmo tentando acertar, acabo me machucando de novo?”

Se essa pergunta ecoa dentro de você, saiba: isso não é coincidência — é padrão. E todo padrão tem uma origem emocional e psicológica.

Esse capítulo é um convite para mergulhar nas raízes dessas repetições. Vamos entender o que está por trás das suas escolhas amorosas, como a mente constrói mapas afetivos inconscientes e, principalmente, como começar a mudar o padrão para viver algo saudável de verdade

A dor do término de um relacionamento. O fim do amor

A armadilha do padrão emocional inconsciente

Na psicologia, chamamos isso de compulsão à repetição. Esse termo foi desenvolvido por Freud para descrever o impulso inconsciente que nos leva a repetir experiências emocionais — mesmo que dolorosas — na tentativa de dominá-las ou dar a elas um novo final.

Ou seja: você não escolhe conscientemente pessoas que te machucam. Seu inconsciente está buscando reviver algo familiar para, dessa vez, quem sabe, “dar certo”.

🔍 Exemplo prático:
Uma pessoa que teve um pai emocionalmente ausente pode se sentir atraída por parceiros frios, distantes ou indisponíveis. Não porque gosta de sofrer, mas porque seu cérebro reconhece esse tipo de vínculo como conhecido. E o que é familiar, o inconsciente interpreta como seguro — mesmo que seja tóxico.

Esse é o paradoxo: buscamos segurança emocional em lugares que nos ferem, porque é lá que nossa história emocional se formou.

📌 Solução inicial:
O primeiro passo é tomar consciência do padrão. Escreva os últimos três relacionamentos (ou paixões) que teve. Observe:

  • Qual o tipo emocional dessas pessoas?
  • Como elas te tratavam?
  • O que você sentia com frequência: segurança ou insegurança? Amor ou angústia?

Perceber o padrão é o primeiro passo para quebrá-lo.

A influência de traumas e vínculos mal resolvidos

Nossas primeiras referências de amor vêm da infância — dos nossos pais ou cuidadores. É a partir dessas experiências que criamos o que chamamos de modelo interno de relacionamento.

Se você cresceu em um ambiente onde o afeto era condicionado, instável ou até ausente, é possível que seu inconsciente associe amor a:

  • esforço constante, para ser notado;
  • dor emocional, como sinal de apego;
  • ou até abandono, como parte do “pacote”.

A isso damos o nome de vínculo inseguro – um termo da Teoria do Apego, desenvolvida por John Bowlby e Mary Ainsworth. Pessoas com apego inseguro costumam:

  • se envolver rápido demais;
  • idealizar o outro;
  • tolerar desrespeito por medo de perder.

📌 Solução terapêutica:
É essencial trabalhar esses vínculos antigos com ajuda de autoconhecimento ou terapia. Uma prática útil é escrever uma carta para o “seu eu criança”, acolhendo suas dores e reconhecendo o amor que faltou. Ao dar nome ao que te feriu, você começa a resgatar seu valor real, e isso transforma a forma como você se relaciona hoje

Homem implorando por atenção e ter o amor de volta

A diferença entre amor e apego: você sabe reconhecê-la?

Outro ponto crucial: muitas pessoas estão confundindo amor com apego emocional.

📍Apego é baseado em:

  • Medo de perder
  • Ansiedade constante
  • Necessidade de validação

📍Amor real se sustenta em:

  • Liberdade
  • Respeito mútuo
  • Segurança emocional

Na psicologia cognitiva, trabalhamos com o conceito de crenças centrais negativas, que são ideias que a pessoa tem sobre si mesma, como:

“Eu não sou suficiente”;
“Ninguém vai me amar de verdade”;
“Preciso me esforçar para não ser deixado(a)”.

Essas crenças levam ao autoabandono emocional: você deixa de se ouvir para tentar manter alguém por perto.

📌 Solução emocional:
Reestruture essas crenças. Substitua mentalmente os pensamentos automáticos negativos por afirmações conscientes. Exemplo:

  • “Não sou suficiente” → “Minha presença é valiosa, mesmo que alguém não veja”.
  • “Preciso me esforçar para ser amada(o)” → “O amor saudável me reconhece sem que eu me sacrifique.”

A dor que se repete quer ser curada - O coração merece amor verdadeiro

Se você sente que está sempre atraindo a pessoa errada, a verdade é que você não está apenas repetindo uma história — você está sendo convidado(a) a ressignificá-la.

Relacionamentos não são castigos. Eles são espelhos daquilo que ainda precisa ser curado dentro de nós.

A boa notícia? Você não precisa continuar nesse ciclo. A escolha consciente começa quando você decide se olhar com amor e coragem.

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Uoston Santos

Psicanalista e Escritor

1 Comment

  • Laryssa

    Gostei muito do texto! Realmente não percebemos de onde vem os traumas, a gente acaba só repetindo o mesmo ciclo e as vezes pensamos que a solução é aquele problema quando na verdade, é preciso solucionar os problemas da infância. Muito bom, parabéns!

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