Descubra hoje o porque seus relacionamentos não dão certo

Indo embora

Você está vivendo ou repetindo?

Você já sentiu que está vivendo a mesma história com pessoas diferentes? Se vê sempre apaixonado(a) por alguém que não te escolhe por inteiro, que não se compromete, que vive em conflitos internos ou simplesmente não está disponível emocionalmente?

Saiba que isso não é coincidência. É um padrão emocional inconsciente, muitas vezes construído desde a infância e reforçado por experiências afetivas mal elaboradas.

Como afirma o psicólogo americano Harville Hendrix, criador da Terapia do Diálogo Imago:

“Somos atraídos por pessoas que despertam as partes não curadas de nós mesmos.”

A boa notícia? Padrões podem ser identificados e transformados.

Pessoas indisponiveis

O que é, de fato, uma pessoa emocionalmente indisponível?

Antes de tudo, vamos falar sobre o que é uma pessoa emocionalmente indisponível:

Pessoas emocionalmente indisponíveis podem até estar fisicamente presentes, mas emocionalmente ausentes ou bloqueadas. Elas não conseguem — ou evitam — estabelecer conexões profundas. Isso pode acontecer de forma consciente ou inconsciente. Constantemente, essas pessoas buscam apenas o prazer físico, querem os bônus de uma relação, mas sem necessariamente ter um relacionamento com envolvimento emocional real.

Comportamentos comuns:

  • Evitam conversas sobre sentimentos;
  • Fogem de compromissos afetivos;
  • Demonstram afeto seguido de afastamento (intermitência emocional);
  • São ambíguas: dão sinais de que querem, mas não avançam;
  • Fazem você se sentir “exigente demais” por querer conexão real.

Segundo a psicóloga Susan Peabody, autora do livro Addiction to Love:

“Pessoas indisponíveis têm tanto medo da dor emocional que preferem manter-se afastadas, mesmo que inconscientemente desejem conexão.”

Por que nos atraímos por esse tipo de pessoa?

1. Padrão de apego inseguro (criado na infância)

De acordo com a Teoria do Apego, de Bowlby e Mary Ainsworth, pessoas que foram emocionalmente negligenciadas ou viveram relações instáveis na infância, tendem a repetir padrões de insegurança afetiva.

Tipos de apego:

  • Apego ansioso: busca amor de forma intensa e teme abandono. Se atrai por quem se afasta.
  • Apego evitativo: teme intimidade e se sabota quando sente conexão real.
  • Apego seguro: consegue equilibrar intimidade e autonomia.

Se você é do tipo ansioso, vai se sentir inconscientemente atraído por pessoas evitativas — criando o ciclo de dor e rejeição.


2. Feridas emocionais não curadas

Quem atrai pessoas indisponíveis pode estar tentando reparar emocionalmente a ausência de amor na infância, ou repetir padrões vividos com pais e cuidadores.

Segundo o psiquiatra Augusto Cury:

“As dores da alma não desaparecem com o tempo, apenas se transformam em hábitos emocionais repetitivos.”

Como também, se um dos pais foi emocionalmente frio, por exemplo, há uma chance grande de você buscar no outro, de forma inconsciente, uma forma de “curar” aquilo — tentando conquistar amor onde ele nunca esteve disponível.


3. Vulnerabilidade à idealização e dependência emocional

Pessoas que idealizam o amor costumam ignorar os sinais de indisponibilidade. Criam justificativas para comportamentos incoerentes (“ele só tem medo de amar”, “ela foi muito machucada no passado”). Em muitos casos é notório a síndrome do salvador, onde o sujeito acredita que precisa ajudar e salvar o outro da sua condição atual, mesmo que isso custe a sua saúde emocional e em alguns casos até física.

Além disso, quem sofre de dependência emocional costuma permanecer em relações desequilibradas por medo da solidão, perdendo sua identidade ao tentar conquistar alguém emocionalmente ausente.

Distanciamento afetivo

Como identificar esse padrão em sua vida?

Responda com sinceridade:

  • Tenho histórico de relações com pessoas que me deixaram confuso(a) emocionalmente?
  • Me sinto atraído(a) por quem não me oferece estabilidade?
  • Costumo justificar comportamentos frios ou evasivos do outro?
  • Sinto medo de perder alguém mesmo sabendo que essa pessoa não me faz bem?

Se você respondeu “sim” a duas ou mais perguntas, há grandes chances de você estar dentro de um padrão de atração por indisponibilidade emocional.


Como romper esse ciclo e atrair relacionamentos saudáveis?

1. Reconheça a origem emocional do padrão

Reflita: Quais experiências da sua história ensinaram que amor vem junto com ausência, rejeição ou luta? A principio, tal resposta não virá de forma instantânea, exigirá certo esforço mental, mas logo irá perceber situações que te afetaram emocionalmente até aquele momento, assim, conseguirá ter uma compreensão melhor de quem você é emocionalmente.

Busque reviver emocionalmente essa cena, com apoio terapêutico ou devocional, e reconheça:

“Aquela dor foi real, mas eu não preciso continuar revivendo isso em cada novo relacionamento.”


2. Reestruture a sua identidade afetiva

Você não precisa mendigar amor. Comece a se tratar como alguém que merece reciprocidade, constância e cuidado emocional.

Como diz o psicólogo Walter Riso:

“O amor saudável se baseia no equilíbrio entre o dar e o receber. Se você só dá, está se esvaziando.”


3. Fundamente seu valor em algo mais sólido: Deus

Na fé cristã, encontramos a cura mais profunda: a certeza de que somos amados independentemente do nosso desempenho.

“Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolherá.” – Salmo 27:10

Essa segurança espiritual redefine nossa autoimagem afetiva, nos tornando menos vulneráveis à necessidade de aceitação a qualquer custo.


4. Pratique o desapego emocional saudável

Aprenda a soltar quem não escolhe caminhar com você. Se alguém demonstra de forma constante que não está disponível, a sua resposta precisa ser: autoamor e limite.

Você pode amar e ainda assim se afastar. Pode sentir dor e ainda assim se proteger. Isso também é maturidade emocional.

Sucesso emocioal

Você não precisa repetir para sempre

Romper com o ciclo da atração por pessoas emocionalmente indisponíveis não é fácil. Exige consciência, dor e um processo intencional de cura. Mas é possível.

E quando você cura suas feridas internas, seus critérios mudam. Seus olhos mudam. Seu coração para de aceitar migalhas. E aí, você não só para de atrair pessoas indisponíveis — como começa a perceber quem realmente tem algo bonito pra te oferecer.


Convite à reflexão

Já viveu esse padrão? Está passando por isso agora?
Deixe seu comentário abaixo, compartilhe sua experiência, ou envie esse texto para alguém que precisa sair desse ciclo.

Você é digno(a) de amor recíproco, seguro e verdadeiro.

Leia também: O luto após o término.

Nenhuma resposta ainda

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Comentários

    1. Laryssa Cardoso em Orar

      ”Gostei bastante do texto. Por muito achei que orar era complexo, que precisava repetir as orações como ensinado na igreja…